O amor em estado de festa
- Lidia Vas
- 9 de mar.
- 2 min de leitura
O amor, quando verdadeiro, tem a alma de um festejo. Ele acontece como uma música inesperada que nos convida a dançar sem ensaios, sem roteiros, apenas sentindo o compasso do outro. Há amores que chegam como um desfile de escola de samba — grandiosos, planejados, marcados pelo ritmo intenso da paixão. Outros são como um bloco de rua, espontâneos, despretensiosos, mas cheios de verdade.
Há também aqueles que carregam a leveza de confetes ao vento, colorindo a vida por instantes breves, mas inesquecíveis. E há os que, como uma fantasia bem costurada, nos fazem descobrir novos personagens dentro de nós mesmos — faces que nem sabíamos que existiam, mas que só o amor pode revelar.
O amor, quando está em estado de festa, não precisa de motivos extraordinários para celebrar. Ele festeja um café na cama em um domingo qualquer, um olhar que traduz tudo sem precisar de palavras, um riso que se espalha sem esforço. Ele vibra no improviso da vida, na liberdade de ser quem está ao lado do outro, sem máscaras que escondem, apenas adornos que enfeitam.
Mas assim como o carnaval não se define apenas pelo brilho da avenida, o amor também não se sustenta só na euforia. Ele precisa de pausas, de silêncios, de momentos de bastidores onde se refaz a energia para os próximos desfiles. O amor festejado não é o amor irrefletido — ele sabe que a alegria compartilhada se fortalece quando há base, quando há entrega genuína.
Então, que possamos amar em estado de festa. Com brilho nos olhos, com passos que dançam juntos, com respeito pelo tempo do outro, com a coragem de celebrar mesmo quando a banda toca mais devagar. Porque amar é isso: um espetáculo vivo, sempre pronto para encantar.
E que nunca nos falte samba no coração.




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